Crescimento evangélico e denúncias barram Papa no México
Um dos motivos da visita do papa Bento XVI ao México é tentar reunir
os fiéis do país, onde, a exemplo do que ocorreu no Brasil, mais e mais
pessoas são atraídas para as igrejas protestantes evangélicas.
O pontífice alemão, que também vai a Cuba nesta semana, enfrenta o
desafio de provocar o mesmo tipo de fervor gerado por seu antecessor,
João Paulo II, que era bastante querido no país, que visitou cinco vezes
durante seus 27 anos de pontificado.
Como uma amostra da crescente divisão religiosa no México, uma grande
igreja evangélica em León, cidade na região central do país onde o papa
iniciou sua visita, organizou um culto com centenas de fiéis na
quinta-feira, com cartaz que dizia: "Não somos católicos romanos".
Além da concorrência dentro da cristandade, o Vaticano enfrenta a
mancha em sua reputação causada pelas acusações de abuso sexual de
crianças e jovens em paróquias de todo o mundo. Algumas delas são
dirigidas a um importante líder religioso mexicano, Marcial Maciel, que
fundou a proeminente ordem católica Legionários de Cristo. Maciel, que
morreu em 2008 aos 87 anos, caiu em desgraça após acusações de abuso
sexual e vício em drogas.
Durante a visita papal, o pesquisador da religião Bernardo Barranco
lança um novo livro sobre os Legionários, usando documentos do Vaticano
que vazaram. Segundo o autor, esses documentos provariam que a Santa Sé
sabia dos abusos de Maciel contra menores e de seu uso de morfina por
décadas.
"O entusiasmo (sobre a visita do papa) sentido em León não é o mesmo
no resto do país. Os abusos do padre Maciel lançaram uma sombra", disse
Barranco. Bento XVI já se desculpou no passado pelos abusos, mas não tem
planos de se encontrar com vítimas mexicanas.
Fonte: http://primeiraigrejavirtual.com.br
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