LUTERO E A REFORMA
PROTESTANTE
Martinho ou Martim Lutero, teólogo alemão e
o artífice da
Reforma Protestante, nasceu a 10 de novembro de 1483 em Eisleben. Embora nascido em família pobre, Lutero obteve bons estudos primários e posteriormente recebeu formação acadêmica na Universidade de Erfurt. Obteve bacharelado em Artes em 1502. Três anos mais tarde passa a estudar Direito, conforme o desejo dos pais, porém altera seu destino ao seguir posteriormente a vida religiosa, entrado para a Ordem Agostinianos, ordenando-se em 1507. Em su8a viagem a Roma, entrou em contato com a alta classe religiosa e observou, desde logo, sua riqueza ostensiva e imoral. Entrou para a Universidade de Wittenberg e doutorou-se em Teologia em 1512.
Intrigado com o que
havia visto
em Roma, passou a dedicar-se às suas teses.
A indignação de Lutero voltava-se principalmente
para o caráter
mercantilizado das indulgências, em que aqueles considerados
pecadores pagavam
determinadas somas à igreja para a remissão de seus
pecados. Assam, elaborou noventa e cinco
artigos em
que analisava as falhas doutrinárias da igreja, assim como os
abusos materiais
cometidos pela instituição religiosa. Suas teses logo
ganharam fôlego ao serem
largamente propagadas, alimentando assim o espírito
revolucionário religioso,
sendo acusado de heresia por seus próprios companheiros.
Às primeiras
notícias quanto à
divulgação e o teor das idéias de Lutero, o Papa
Leão X passou a condenara
severamente Lutero, exigindo mudanças em sua
posição. Em contrapartida,
Lutero dá mais fôlego às
suas idéias reformistas ao publicar uma série de obras,
entre elas “Da
liberdade Cristã” e “Do Cativeiro Babilônico da Igreja”,
passando a atacar os
sacramentos e o papado de modo mais incisivo que de início. O marco de sua total separação
da igreja
deu-se em 1521, quando foi excomungado.
Lutero passou a ser duramente perseguido, tendo sido obrigado a
refugiar-se no Castelo de Wartburg. O
movimento reformista, desencadeado por suas idéias, tornou-se
então
independente de sua participação, passando inclusive por
várias divisões
internas. Em Wartburg, Lutero dedicou-se
à célebre tradução do Novo Testamento para
o alemão.
Convém lembrar que na época da
Grande Reforma, os anabatistas (batistas) existiam por toda parte da
Europa. Jesus tinha prometido que as
forças
demoníacas jamais venceriam a sua Igreja, Mateus 16:18.
Depois de
sua ressurreição ele apareceu à sua igreja e
prometeu estar com ela até a
consumação dos séculos, Mateus 28:18-20.
O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo de
Deus, disse: “A esse glória
na
igreja, por Jesus Cristo, em
todas as gerações, para todo o sempre.
Amém” (Efésios 3:21). Cremos que a Igreja de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nunca morreu. Cremos que esta mesma Igreja estará na terra pregando a palavra de Deus até a volta do Senhor Jesus. Todas as demais denominações existentes no mundo são frutos das idéias rebeldes dos homens que não aceitam totalmente a vontade de Deus em suas vidas. Infelizmente Lutero era um desses homens.
Lutero era um homem inteligente, porém, muito genioso. Ele tinha toda razão em revoltar com os procedimentos de sua Igreja. A Igreja Católica tinha chegado a uma situação deplorável, a ponto de vender licença para quem quisesse pecar. Eram as famosas indulgências. Quem tinha mais possibilidades financeiras, podiam, com a compra das indulgências da Igreja Católica, cometer qualquer tipo de pecado. Os pontífices vendiam a salvação aos seus fiéis e, em virtude da mentalidade da época, isso gerou lucros fabulosos para a igreja que explorava a uma população já miserável e carente, desvirtuando-se totalmente da moral. Para completar, inúmeros indivíduos que exerciam atividades eclesiásticas eram completamente despreparados para a função e preocupavam-se exclusivamente com os lucros fáceis que ela, e a posição social que dela advinha, gerava. No entanto, certos teólogos passaram a denunciar todo esse panorama e, gradualmente, a Igreja Católica caiu em descrédito. Membros da elite intelectual eclesiástica passaram a estudar novas formas de espiritualidade baseando-se no humanismo, misticismo, filosofia clássica e outras vertentes do pensamento humano.
Não
agüentando mais este clima de
total perversidade dos líderes católicos, Lutero examinou
as Escrituras
Sagradas e descobriu que a salvação é pela
fé em Cristo, e não pelas obras da
lei. Assim sendo, ele declarou guerra
contra a Igreja Católica, e em 1512 começou a pregar
contra a salvação pelas
obras. Fez muitas conferências
confirmando que o justo iria viver da fé.
E nisso ele tinha razão. Em
vários sermões ele condenou a prática da venda da
indulgência. Em 31 de outubro de 1517
ouviram-se fortes
marteladas na porta da Igreja de Wittenburg.
Era Lutero condenando o Papa Leão X e seus legados numa
bula de 95
teses. Entre estas teses, algumas eram
especialmente desafiadoras:
·
“Os pregadores de indulgências
erram quando
declaram que o perdão do Papa livra o pecador da
penitência”.· “Os que se julgam seguros da salvação pelas cartas do Papa, serão amaldiçoados eternamente, e na companhia de seus e mestres”.
· Por que o Papa não esvazia o purgatório pelo amor?”
Devido a essa bula
Lutero foi
excomungado pelo Papa Leão X em 1519.
Mas, apoiado pelos imperadores regionais e pelo povo de muitas
cidades
alemãs, Lutero levou a afinco suas idéias. Ao meio de
muita confusão e guerras
ele conseguiu realizar uma revolução na Igreja
Católica da Alemanha em
1521. Esta Igreja foi chamada de
Luterana
Seus seguidores foram chamados de
Luteranos. Na Alemanha e em alguns
outros países do norte europeu ela se tornou a religião
oficial do país. A maioria das
igrejas católicas que existiam
nesses países – incluindo os fiéis, prédios e
padres – simplesmente se tornaram
luteranos. Geralmente as freiras se casaram co ex-padres.
O termo missa foi conservado. As
formas litúrgicas de dirigir a missa quase
não mudaram. O batismo infantil era
uma
lei que deveria ser cumprida. A
hierarquia continuava a mesma, sendo o primeiro chefe da Igreja
Luterana o
próprio Lutero.
Lutero bem que podia
se unir aos
anabatistas (antigos batistas) e evitar muitos problemas com a Igreja
Católica. Porém, ele queria
reformar a
Igreja, e quem sabe, ter o prazer de ficar na história
eclesiástica como o
primeiro padre que se rebelou contra o Papa.
Os anabatistas se encontravam
espalhados, pregando clandestinamente, particularmente na Boêmia,
Morávia,
Suíça e Alemanha. Eles
tinham que viver
escondidos porque não havia a liberdade de pregar o Evangelho de
Cristo. Os anabatistas estavam
pagando um preço alto
pela fidelidade aos ensinamentos das Escrituras Sagradas.
Todos que vinham do catolicismo eram
batizados à semelhança de Cristo nas águas.
A Igreja Católica estava enfurecida porque não
aceitava outra forma de
batismo, a não ser a forma de aspersão.
Em razão disso, vasto numero de anabatistas, em quase
todos os países da
Europa, preferiram perecer miseravelmente por afogamento, fogueira ou
decapitação, do que renunciar os ensinamentos das
Sagradas Escrituras.
Quando Lutero protestou contra a Igreja
Católica, os antigos anabatistas que estavam vivendo
clandestinamente devido a
perseguição da Igreja Romana, por um período curto
de tempo respiraram
aliviados. Animados com a revolta de
Lutero, os irmãos começaram a vislumbrar uma liberdade
que muito tempo não
gozavam. Infelizmente esta tão
sonhada
liberdade não durou muito. Pois o
mesmo
Lutero que se revoltou contra a libertinagem da Igreja Católica,
se contrapôs
aos anabatistas por causa da imersão largamente pregada e
praticada pelos
irmãos. Lutero rejeitou somente os
absurdos da Igreja Católica, porém trouxe para o seio da
Igreja Luterana as
doutrinas principais do catolicismo. Uma
destas doutrinas era a regeneração batismal e a forma de
aspersão. Os anabatistas do século XVI não aceitaram como válido os batismos dos protestantes históricos. Devido a esta rejeição, Lutero que era extremamente genioso, ordenou a morte de mais de 100.000 (cem mil) anabatistas em um só dia na Alemanha. Sem dúvida alguma, o sangue destes cem mil irmãos será cobrado no dia do juízo.
Martinho Lutero
morreu na cidade
que nascera, Eisleben, Alemanha, em 18 de fevereiro de 1546.
Fonte: palavraprudente.com.br
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