Animadores de palco nos púlpitos, veja como identificar
Animadores de palco nos púlpitos, veja como identificar
O
artigo em apreço não tem por objetivo traçar perfil de algum pregador
famoso, mas sim alertar contra os mercenários vestidos de ovelhas que
andam em nosso derredor. Que possamos tomar o cuidado de que os nossos
nomes não estejam no rol de membros do conselho de animadores de
auditório! É tempo de tomarmos posição, pois daqui a pouco não acharemos
quem pregue a Palavra, mas sobrarão aqueles que buscam entretenimento
para o povo.Como identificar um animador de auditório? Abaixo estão
algumas características nada virtuosas desses pregoeiros do triunfalismo
utópico.
01. Os animadores de auditório amam a popularidade.
Ter
nomes em camisetas, em placas de denominações, ser cogitado por várias
igrejas e ter agenda impossível de ser cumprida, eis o sonho de todo
animador de auditório. Querem popularidade, fama, glória! Para isso foi
chamado o pregador do evangelho? Esse deve ser o objetivo daqueles que
dizem seguir o humilde Nazareno? Fama e muitos seguidores é sinal de
aprovação divina? É claro que não!
Alguém logo argumenta:-
Ora, Jesus foi um homem popular em sua época! Mas é bom lembrar que
Jesus não buscava popularidade, ele buscava almas! Jesus, mediante
muitos de seus milagres dizia ao beneficiado que não contasse nada a
ninguém. Quem foi o único homem digno de glória senão Jesus, mas ele
“aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens” (Fp 2.7). Quis o manso Filho do Homem nos dar o
exemplo!
Apesar
da grande popularidade de Cristo, nos seus momentos de explosão de
milagres, ele amargou o desprezo dos amigos e discípulos durante o
caminho do Gólgota. Como bem havia profetizado o profeta messiânico:
“Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores,
experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o
rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum” (Is 53.3).
02. Os animadores de auditório são usuários do marketing pessoal.
Certo
dia vi um cartaz na igreja em que estava: “Pregador Fulano de Tal,
Conferencista, em suas reuniões acontece batismos no Espírito Santo,
curas divina, libertações, bênçãos, mas tudo pelo poder de Deus”! Seria
cômico se não fosse trágico, pois usa de uma falsa modéstia para falar
que todas essas bênçãos, promotoras do seu marketing pessoal, que
acontecem simplesmente pelo poder de Deus. É claro que um cartaz bem
elaborado como esse, serve para fazer promoção de alguém que quer
evidência. Podemos fazer propaganda de milagres? Tornar o poder de Deus
algo sujeito a nossa manipulação? Determinar o dia em que um milagre vai
acontecer? Isso é o dom da fé ou o mercantilismo da fé?
O animador de auditório fala muito de si mesmo, diz ele: “Eu fiz isso, eu fiz aquilo; no meu ministério acontece isso, acontece aquilo; aqui eu faço e acontece”. Sempre há muita arrogância e busca de auto-promoção. Esse animador é sempre o grande ungido que não pode ser contestado.
03. Os animadores de auditório desprezam a pregação expositiva.
Pregar
sobre uma passagem bíblica de maneira profunda, bem estudada e
pesquisada, além de levar os ouvintes a reflexão. Eis algo que os
animadores de auditório abominam! Dizem logo que não precisam de
esboços, pois o Espírito Santo revela. Ora, o Espírito Santo é limitado
em expressar a sua vontade por meio de um esboço? O que esses animadores
não querem admitir é que a pregação expositiva impede o seus
teatrinhos, pois a centralidade é em torno da Palavra. Além disso, um
sermão expositivo exige tempo e bom preparo, algo descabido na era dos
descartáveis e das comidas-rápidas. Bem cantou o salmista: “A exposição
das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices”(Sl 119.130).
04. Os animadores de auditório desprezam o ensino e o estudo da Palavra.
Como
pode alguém dizer que foi chamado para o ministério pastoral se não tem
apreço para o ensino. Pastor não foi chamado para cantar, construir
templos, fazer campanhas sociais, tudo isso é bom, mas a principal
missão do pastor é ensinar o seu rebanho. Já dizia o apóstolo Paulo ao
jovem pastor Timóteo: “seja apto para ensinar”(I Tm 3.2). O ensino exige
aprendizado. Aquele que ensina deve-se dedicar ao ensino (Rm 12.7).
Escreveu o professor James I. Packer: Despreze o estudo de Deus e você
estará sentenciando a si mesmo a passar a vida aos tropeções, como um
cego, como se não tivesse nenhum senso de direção e não entendesse
aquilo que o rodeia. Deste modo poderá desperdiçar sua vida e perder a
alma.[1]
Os animadores de auditório não suportam sermões de conteúdo, pois eles querem é entretenimento. São como crianças que deveria ficar na escola, mas pulam o muro para jogar bola. O pregador não pode fugir da responsabilidade de trazer conteúdo bíblico aos seus ouvintes, como disse Paulo: “Pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo. Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (II Tm 4.2, 15).
05. Os animadores de auditório desprezam temas relevantes em suas pregações.
Você
já foi em um grande congresso, onde esses animadores de auditório
comparecem, cujo tema era “O fruto do Espírito” ou “A Santíssima
Trindade”? Mas certamente você já foi em eventos que os verbos mais
conjugados foram: receber, vencer, poder, ganhar, conquistar, sonhar,
triunfar etc?! Infelizmente os temas essenciais da Bíblia são
desprezados nos púlpitos. Onde estão aquelas pregações sobre o “caráter
cristão”, “a graça de Deus”, “o céu e inferno”, “a justificação pela
fé”, “a mortificação da carne”, “o preparo para um encontro com Deus”
etc? Logos os animadores dizem: “Isso é tema para Escola Dominical”, mas
eles nunca vão a Escola Bíblica Dominical! E quem disse que pregação
não deve conter o temas essenciais da fé cristã?Para pregar os temas
relevantes da fé cristã é preciso manejar bem a Palavra da Verdade e ser
como Apolo, “varão eloquente e poderoso nas Escrituras” (Atos 18.24).
Mas não basta somente boa oratória, eloquência e experiência em
homilias, é necessário acima de tudo dominar as Escrituras, ser
“instruído no caminho do Senhor” e ser “fervoroso de espírito”, sendo
assim, o pregador vai falar e ensinar com diligência “as coisas do
Senhor”(Atos 18.25), assim como Apolo. John Stott escreveu: O arauto
cristão sabe que está tratando de assunto de vida ou morte. Anuncia a
situação do pecador sob os olhos de Deus, e a ação salvadora de Deus,
através da morte e ressurreição de Cristo, e o convida ao arrependimento
e à fé. Como poderia tratar tais temas com fria indiferença?[2]
A partir do momento em que os pregadores esquecem o tema principal do evangelho, eles desprezam o próprio Senhor da Palavra. Quando desprezam o verdadeiro Deus passam a adorar o falso deus da teologia da prosperidade: Mamon! Isso acontece quando as doutrinas centrais do cristianismo são desprezadas.
06. Os animadores de auditório despertam o emocionalismo.
O
emocionalismo é ser guiado e orientado pelas emoções. A emoção é parte
importante do culto cristão, pois nós, os seres humanos, somos
emocionais e também racionais; o grande problema é que os animadores
valorizam excessivamente a emoção em detrimento da razão. Os animadores
chegam a afirmar que as pessoas não precisam compreender aquilo que
acontece em suas reuniões ou dizem para que os cultuantes não usem a
mente. Outros, mais ousados, ameaçam sua platéia dizendo que Deus
condena os incrédulos, com se ter senso crítico fosse incredulidade. A
Bíblia adverte contra a credulidade cega, que não analisa e vê, baseado
nas Escrituras, aquilo que está engolindo (I Jo 4.1). Os animadores de
auditório não gostam de uma platéia que pense!
07. Os animadores de auditório pregam um deus mercantilista.
Para
os animadores Deus é obrigado a agradar os seus bons meninos dizimistas
e ofertantes. A base do relacionamento com Deus é na troca: “Eu vou dar
o dízimo para Deus me dar uma casa ou vou fazer uma grande oferta para
arranjar uma linda noiva”. Ora, vejam com Deus é visto nos pensamento
dos animadores, como um grande comerciante, melhor inclusive que
aplicação na bolsa de valores.
Quão
miserável é essa espiritualidade mercantilista, onde o dinheiro é visto
com mediador entre o homem e Deus; onde a “divindade” faz trocas com
homens materialistas. Ó quão miserável e podre doutrina dos animadores
de auditório! Mas quão maravilhosa é a visão bíblica do Altíssimo, um
Deus de amor que nos transmite graça sendo nos ainda pecadores, e que
nos livra do pecado e da morte e nos dá uma nova vida em Cristo!
08. Os animadores de auditório amam títulos.
Apesar
do horror pelo estudo bíblico, os animadores gostam do título de Doutor
em Divindades, que pode ser comprado por dois mil dólares em falsas
faculdades nos Estados Unidos e no Brasil, mas só que na América de cima
é mais chique! Ora, como alguém se torna doutor em apenas seis meses,
eis um rolo gospel do diploma?
Isso mostra que os animadores não estão preocupados com um estudo aprofundado das Escrituras ou até mesmo na trilha de uma carreira acadêmica, o que eles amam na verdade é os títulos. Hoje proliferam os auto proclamados bispos, profetas, apóstolos, arcanjos e daqui a pouco: semi-deus ou vice-deus. Mas é melhor não dar idéia.
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Importado do Blog do Pr. Ilton: Estudos e mensagens
______________________
1- PACKER, James I. O Conhecimento de Deus. 2 ed. São Paulo: Mundo Cristão, p. 13.
2- STOTT, John. Tu Porém: A mensagem de 2 Timóteo. 1 ed. São Paulo: ABU Editora. 1982 , p 57.
Artigo copiado e editado do site: www.pulpitocristao.blogspot.com
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