segunda-feira, 31 de outubro de 2011

AS REFORMAS DO SÉCULO 16

Alderi Souza de Matos

Propósito. O objetivo deste texto é estudar os principais movimentos de reforma religiosa ocorridos na Europa durante o século 16. São eles os movimentos luterano, calvinista, anabatista, anglicano e católico (contra-reforma).

1. A Reforma Luterana

1.1 Martinho Lutero

1483 – Nasce em Eisleben, na Alemanha oriental.

1484 – Seus pais, Hans e Margaretha Luder, mudam-se para Mansfeld, onde Hans trabalha em minas de cobre.

1492 – Lutero estuda em Mansfeld.

1497 – Estuda em Magdeburgo e no ano seguinte em Eisenach.

1501 – Ingressa na Universidade de Erfurt e no ano seguinte recebe o grau de bacharel.

1505 – Conclui o mestrado em Erfurt e começa a estudar direito. Em 02-07, durante uma tempestade, jura tornar-se monge; ingressa na Ordem dos Eremitas Agostinianos, em Erfurt.

1507 – É ordenado e celebra a primeira missa. No ano seguinte, leciona filosofia moral em Wittenberg.

1510 – Visita Roma e no ano seguinte é transferido para a casa agostiniana de Wittenberg.

1512 – Torna-se doutor em teologia e no ano seguinte começa a lecionar sobre os Salmos na Universidade de Wittenberg.

1515 – Leciona sobre Romanos e é nomeado vigário distrital sobre dez mosteiros; no ano seguinte, começar a lecionar sobre Gálatas.

1517 – Começa a lecionar sobre Hebreus; em 31 de outubro, afixa as Noventa e Cinco Teses sobre as indulgências. Contexto: eleição do sacro imperador e venda de indulgências.

1518 – Defende a sua teologia em uma reunião dos agostinianos em Heidelberg. Em outubro, comparece diante do cardeal Cajetano em Augsburgo, mas recusa retratar-se; em dezembro, Frederico, o Sábio, impede que Lutero seja levado a Roma.

1519 – Entende a “justiça de Deus” como uma “justiça passiva com a qual Deus nos justifica pela fé”. Em julho, tem um debate com o professor dominicano João Eck em Leipzig; defende João Hus e nega a autoridade suprema de papas e concílios. Carlos V é eleito sacro imperador.

1520 – A bula papal Exsurge Domine dá-lhe 60 dias para retratar-se ou ser excomungado. Queima a bula papal e um exemplar da lei canônica. Escreve três documentos fundamentais: À Nobreza Cristã da Nação Alemã, O Cativeiro Babilônico da Igreja e A Liberdade do Cristão. Reforma alastra-se na Alemanha e na Europa.

1521 – É excomungado pela bula Decet Romanum Pontificem, de Leão X. Em abril, na Dieta de Worms, recusa renegar os seus escritos e no mês seguinte um edito o condena como herético e proscrito. É seqüestrado e ocultado no Castelo de Wartburg, onde começa a traduzir o Novo Testamento. Protegido pelo príncipe eleitor.

1522 – Em março, deixa o seu esconderijo e retorna a Wittemberg. No ano seguinte, escreve Sobre a Autoridade Temporal. É publicado o Novo Testamento em alemão.

1524 – Tem um debate com Andreas Bodenstein Karlstadt sobre a Ceia do Senhor. Explode a Revolta dos Camponeses.

1525 – Escreve Contra os Profetas Celestiais; escreve Contra as Hordas Roubadoras e Assassinas, criticando a Revolta dos Camponeses. Casa-se com Catarina von Bora. Escreve O Cativeiro da Vontade, contra Erasmo. Morte de Frederico, o Sábio.

1526 – Escreve a Missa Alemã; nasce o seu filho Hans. Na Dieta de Spira, os príncipes recusam-se a aplicar o Edito de Worms. No ano seguinte, luta contra enfermidades e intensa depressão; escreve “Castelo Forte”. Nasce a sua filha Elizabete. Escreve contra as idéias de Zuínglio acerca da Ceia do Senhor.

1528 – Escreve a Grande Confissão Acerca da Ceia de Cristo; chora a morte de Elizabete; visita igrejas.

1529 – Dieta de Spira: intolerância contra os luteranos. Surge o nome “protestantes”. Lutero comparece com Zuínglio ao Colóquio de Marburgo, mas não alcançam acordo sobre a Ceia do Senhor. Publica o Grande Catecismo e o Pequeno Catecismo. Nasce sua filha Madalena.

1530 – Morre seu pai. Lutero, sendo um proscrito, não pode comparecer à Dieta de Augsburgo, realizada na tentativa de pôr fim à divisão religiosa do império. Filipe Melanchton apresenta a Confissão de Augsburgo, uma declaração das convicções luteranas.

1531 – Começar a lecionar sobre Gálatas. Nasce o seu filho Martin e morre a sua mãe, Margaretha.

1532 – Escreve Sobre os Pregadores Infiltradores e Clandestinos. Recebe o mosteiro agostiniano de Wittemberg como sua residência.

1533 – Nasce o seu filho Paulo. No ano seguinte, publica a Bíblia Alemã  completa e nasce sua filha Margarete.

1536 – Aceita a Concórdia de Wittemberg sobre a Ceia do Senhor, na tentativa de sanar as diferenças com outros reformadores, mas os zuinglianos a rejeitam.

1537 – Redige os Artigos de Schmalkald como seu “testamento teológico”. No ano seguinte, escreve contra os judeus em Contra os Sabatarianos.

1539 – Escreve Sobre os Concílios e a Igreja. Em 1541, escreve Exortação à Oração contra os Turcos.

1542 – Redige o seu testamento; morre sua filha Madalena. No ano seguinte, escreve Sobre os Judeus e suas Mentiras.

1544 – Escreve contra a interpretação de Caspar Schwenckfeld sobre a Santa Ceia.

1545 – Escreve Contra o Papado de Roma, uma Instituição do Diabo. Morre o arcebispo Alberto de Mogúncia e tem início o Concílio de Trento.

1546 – Lutero morre no dia 18 de fevereiro em Eisleben. Sua esposa morre em 1552.

1.2 Outros eventos
1546 – Guerra entre os protestantes e o sacro império romano.

1555 – Paz de Augsburgo: legalidade do luteranismo assegurada pelo princípio “cuius regio, eius religio”.

1618 – Guerra dos Trinta Anos envolve o Sacro Império Romano, Dinamarca, Suécia, França e Espanha. Termina com a Paz de Westfália (1648), que fixa as fronteiras políticas e religiosas.

1.3 Documentos da Reforma Luterana
- Alberto de Mogúncia, instruções sobre as indulgências, Bettenson, Documentos, 278.

- As Noventa e Cinco Teses (31-10-1517), Bettenson, Documentos, 281.

- As Noventa e Cinco Teses, Barry, Readings, II:15.

- As Noventa e Cinco Teses, Spitz, Protestant Reformation, 42.

- Primeira carta ao papa Leão X (30-05-1518), Barry, Readings, II:20.

- João Eck, relatório sobre o debate de Leipzig (1519), Bettenson, Documentos, 290.

- Lutero, À Nobreza Cristã da Nação Alemã (junho 1520), Bettenson, Documentos, 291.

- Lutero, À Nobreza Cristã da Nação Alemã, Barry, Readings, II:22.

- Lutero, À Nobreza Cristã da Nação Alemã, Spitz, Protestant Reformation, 51.

- Lutero, O Cativeiro Babilônico da Igreja, Bettenson, Documentos, 298.

- Lutero, Da Liberdade do Cristão (1520) (São Paulo: Unesp, 1997).

- Lutero, Da Liberdade do Cristão, Spitz, Protestant Reformation, 59.

- Leão X, Bula “Exsurge Domine” condenando os erros de Lutero (15-06- 1520), Barry, Readings, II:28.

- Lutero, resposta final à Dieta de Worms (1521), Bettenson, Documentos, 301.

- Lutero, Prefácio a Romanos (lei e evangelho) (1522), Spitz, Protestant Reformation, 36-42.

- Lutero, Prefácio da tradução alemã do Novo Testamento (1522), Hillerbrand, Protestant Reformation, 37.

- Carta de Erasmo a Lutero (abril 1526), Barry, Readings, II:11.

- Lutero, O Breve Catecismo (1529), Bettenson, Documentos, 305.

- Melanchton, A Confissão de Augsburgo (1530), Bettenson, Documentos, 317.

- Lutero, Comentário de Gálatas (1535), Hillerbrand, 87.

- Melanchton, Discurso Fúnebre sobre Lutero (1546), Spitz, Protestant Reformation, 68.

- A Paz de Augsburgo (1555), Bettenson, Documentos, 323.

- A Paz de Westfália (1648), Bettenson, Documentos, 326.

2. A Reforma Calvinista

2.1 Ulrico Zuínglio

1484 – Zuínglio nasce em Wildhaus, no cantão suíço de St. Gall.

1506 – Conclui o mestrado na Universidade de Basiléia e torna-se pároco em Glarus.

1515 – Testemunha a derrota dos suíços na “Batalha dos Gigantes”, em Marignano. Escreve uma sátira da guerra de mercenários, O  Labirinto, conclamando ao amor e fraternidade cristãos e ao fim da violência. Conhece Erasmo, o humanista holandês.

1516 – Divergindo das inclinações francesas de Glarus, muda-se para Einsiedeln; tem um caso com a filha do barbeiro local. Nesse ano e no seguinte, lê a tradução do Novo Testamento feita por Erasmo (Novum Instrumentum), publicada em 1515.

1518 – É nomeado sacerdote da Catedral de Zurique.

1519 – Começa a pregar uma série de sermões sobre o Novo Testamento, assinalando uma nova era da pregação bíblica. Ministra às vítimas da peste em Zurique, ficando ele mesmo enfermo por três meses. Leva Zurique a retirar-se da aliança com a França católica. Os mercenários de Zurique são proibidos de se venderem à França.

1522 – Vai a uma festa do impressor Christopher Froschauer em que as normas da quaresma são violadas; escreve A Liberdade de Escolha dos Alimentos, opondo-se ao jejum. Casa-se secretamente com a viúva Ana Reinhart. Assina um memorial com dez outros sacerdotes, pedindo que o bispo de Constança sancione casamentos clericais. Princípio: tudo deve ser julgado pelas Escrituras. Forma um círculo de jovens religiosos e humanistas – Grebel, Mantz, Reublin, Brotli, Stumpf. Escreve Apologeticus Archeteles, seu testemunho de fé. Renuncia ao sacerdócio, sendo contratado pelo Conselho Municipal como pastor evangélico no mesmo posto.

1523 – Sob os auspícios do Conselho de Zurique, convida a Europa cristã para uma debate público de 67 teses (os Sessenta e Sete Artigos): salvação somente pela graça, autoridade das Escrituras, sacerdócio dos fiéis, ataque ao primado do papa e à missa. É autorizado pelo Conselho a continuar pregando o evangelho. Escreve Da Justiça Divina e Humana para defender a recusa do conselho em modificar a legislação sobre o dízimo. Realiza um segundo debate público sobre as imagens e a missa. Recomenda que o conselho autorize a remoção das imagens. Movimento difunde-se na suíça alemã e no   sul da Alemanha.

1524 – Casa-se publicamente com a sua esposa.

1525 – Disputa pública sobre o batismo infantil traça a linha de batalha para ex-seguidores como Grebel. Zuínglio escreve dois panfletos contra os anabatistas: Sobre o Batismo e Sobre o Ofício da Pregação. Institui a Ceia do Senhor na páscoa, depois que  o  conselho ordena a suspensão das missas.

1526 – Em março, convence o conselho a promulgar um edito autorizando a execução de anabatistas. Após a assembléia suíço-católica em Baden, decide que a unidade suíça deve ser mantida mesmo com o uso da força.

1528 – Aceita o convite de Berna para um debate público, que resulta na eliminação da missa, das imagens e dos altares naquela cidade.

1529 – Acompanha as tropas de Zurique na Primeira Guerra de Kappel. Em outrubro, encontra-se com Lutero em Marburg para quatro dias de discussões convocadas pelo landgrave Filipe de Hesse.

1531 – Buscando o apoio dos franceses para a Reforma, permite a contratação de mercenários suíços. Envergando sua armadura, une-se às tropas no dia 11 de outubro e é morto em combate. É sucedido por Henrique Bullinger (1504-1575).

2.2 João Calvino
1509 – Calvino nasce em Noyon, na Picardia.

1521 – Recebe um benefício eclesiástico que lhe serve como bolsa de estudos.

1523 – Vai para Paris, a fim de estudar humanidades e teologia.

1528 – Estuda direito em Orléans e Bourges.

1531 – Regressa a Paris e reinicia seus estudos humanísticos. Publica um comentário do tratado de Sêneca “De Clementia”.

1533 – Conversão repentina; fuga para Angouleme no final do ano. Começa a escrever as Institutas.

1536 – Primeira edição da Instituição da Religião Cristã publicada em Basiléia. Calvino pretende fixar-se em Estrasburgo; ao passar por Genebra, Guilherme Farel (1489-1565) o convence a ficar. A cidade havia abraçado o protestantismo reformado recentemente.

1538 – Tenta impor suas idéias e é expulso, indo para Estrasburgo, onde passa os melhores anos da sua vida. Casa-se com Idelette de Bure. Escreve o Comentário da Carta aos Romanos.

1541 – Retorna a Genebra e escreve as Ordenanças Eclesiásticas.

1553 – Miguel Serveto é queimado por heresia quanto à trindade.

1555 – Calvino finalmente passa a ter o apoio dos magistrados.

1559 – Torna-se cidadão de Genebra e inaugura a Academia. Publica a última edição das Institutas.

1564 – Morre no dia 27 de maio. É sucedido por Teodoro Beza (1519-1605).

2.3 A Reforma na França
1515 – Francisco I torna-se rei; inicialmente tolerante, depois hostil contra os reformados.

1536 – No prefácio das Institutas, Calvino dirige-lhe um apelo em favor da tolerância religiosa.

1547 – Henrique II sobe ao trono; é mais severo que o seu pai contra os huguenotes. É sucedido por Francisco II em 1559; o governo é controlado pela família católica Guise-Lorraine.

1559 – Sínodo nacional da Igreja Reformada da França aprova a Confissão Galicana.

1560 – Carlos IX torna-se rei, sendo regente sua mãe Catarina de Médici, inicialmente tolerante com os huguenotes.

1561 – Colóquio de Poissy entre católicos e protestantes. Segue-se um período de guerras religiosas (1562-1598).

1572 – Massacre do Dia de São Bartolomeu (24-08); almirante Gaspar de Coligny e milhares de reformados são mortos à traição.

1598 – Henrique IV promulga o Edito de Nantes, que seria revogado em 1685 por Luís XIV.

2.4 A Reforma nos Países Baixos
1523 – Primeiros mártires protestantes.

1555 – Carlos V abdica em favor do seu filho Filipe II, que intensifica a repressão contra os reformados.

1567 – O Duque de Alba torna-se regente da Holanda e inaugura um reino de terror. A oposição contra os espanhóis passa a ser liderada pelo príncipe Guilherme de Orange, o Taciturno (assassinado em 1584).

1571 – Um sínodo nacional realizado em Emden adota a forma presbiteriana de governo eclesiástico. É adotada a Confissão Belga, escrita por Guido de Brès. Essa confissão e o Catecismo de Heidelberg (1563) tornam-se os padrões teológicos da igreja reformada holandesa.

1575 – Fundação da Universidade de Leyden, centro de estudo da teologia calvinista.

1610 – Os seguidores de Tiago Armínio reúnem suas idéias na Remonstrância.

1618 – Sínodo de Dort aprova cinco artigos calvinistas (os Cânones de Dort) condenando a Remonstrância.

2.5 João Knox
1514 – Provável ano do seu nascimento.

1536 – Forma-se na Universidade de St. Andrews e é ordenado sacerdote.

1543 – Converte-se ao protestantismo.

1545 – Torna-se companheiro e guarda-costas de George Wishart, o introdutor da fé reformada na Escócia. No ano seguinte, Wishart é martirizado e o cardeal Beaton é assassinado.

1547 – Knox foge para o Castelo de St. Andrews e prega seu primeiro sermão protestante. O castelo é tomado e Knox é aprisionado na França por 19 meses.

1549 – Começa a pastorear em Berwick, Inglaterra; torna-se afamado como pregador. No ano seguinte, conhece sua futura esposa, Marjory Bowes.

1552 – Muda-se para Londres; questiona a prática de ajoelhar-se na comunhão; recusa tornar-se bispo de Rochester. No ano seguinte, vai para a clandestinidade quando Maria torna-se rainha.

1554 – Foge para a França e depois para Zurique e Genebra; pastoreia uma congregação inglesa em Frankfurt.

1555 – Uma discussão sobre a liturgia força-o a ir para Genebra, onde pastoreia uma igreja inglesa. Volta para a Escócia, casa-se com Marjory e faz trabalho missionário. No ano seguinte, é condenado por heresia e volta para Genebra com a esposa e a sogra.

1558 – Escreve o Primeiro Toque da Trombeta Contra o Monstruoso Regimento de Mulheres, defendendo a rebelião contra governantes ímpios.

1559 – Volta para a Escócia; prega um sermão condenando a “idolatria” que provoca uma rebelião.

1560 – O Parlamento Reformador adota a Confissão Escocesa. Morre a esposa de Knox. Primeira assembléia geral da Igreja da Escócia.

1561 – Knox ajuda a escrever o Primeiro Livro de Disciplina. A rainha Maria Stuart retorna da França. Knox ministra na igreja de St. Giles, em Edimburgo e tem a sua primeira entrevista com Maria.

1564 – Knox casa-se com Margaret Stewart.

1566 – Escreve a maior parte da História da Reforma da Religião na Escócia. No ano seguinte, Maria Stuart abdica em favor do seu filho Tiago VI (1567-1625), que, com a morte de Elizabete, torna-se também Tiago I da Inglaterra.

1572 – Knox morre em Edimburgo e é sepultado na catedral de St. Giles. Andrew Melville (1545-1622), outro ex-exilado em Genebra, torna-se o principal defensor da fé reformada na Escócia.

2.6 Documentos da Reforma Calvinista
- Zuínglio, O Primeiro Debate de Zurique e os Sessenta e Sete Artigos (1523), Spitz, Protestant Reformation, 77.

- Zuínglio, Comentário sobre a Verdadeira e a Falsa Religião (1525), Hillerbrand, Protestant Reformation, 108.

- Farel e Calvino, A Confissão de Genebra (1536), Spitz, Protestant Reformation, 114.

- Calvino, Instrução na Fé (1537), Barry, Readings, II:34.

- Calvino, Resposta a Sadoleto (1540), Hillerbrand, Protestant Reformation, 153.

- Calvino, Ordenanças Eclesiásticas (1541), Spitz, Protestant Reformation, 122.

- Calvino, Ordenanças Eclesiásticas, Hillerbrand, Protestant Reformation, 172.

- Calvino, Carta aos cinco prisioneiros de Lião (1552), Spitz, Protestant Reformation, 145.

- Calvino, Conversão e chamado a Genebra (1557), Spitz, Protestant Reformation, 110.

- Calvino, Institutas (1559), Bettenson, Documentos, 320.

- Calvino, Institutas, Spitz, Protestant Reformation, 129.

- Calvino, Institutas, Hillerbrand, Protestant Reformation, 178.

- João Knox, Diálogo com Maria, Rainha dos Escoceses (1561), Barry, Readings, II:47.

- Henrique IV, Edito de Nantes (13-04-1598), Bettenson, Documentos, 324.

- Henrique IV, Edito de Nantes, Barry, Readings, II:44.

3. A Reforma Anabatista
1521 – Baltazar Hubmaier vai para Waldshut e torna-se amigo de Zuínglio.

1522 – Primeira geração de anabatistas começa a estudar a Bíblia. Os principais são: Conrado Grebel, Felix Mantz, Jorge Blaurock, Simão Stumpf, Guilherme Reublin e João Brotli. Stumpf e Reublin questionam o pagamento de dízimos.

1523 – Hubmaier introduz cultos em alemão em Waldshut e contrai matrimônio. Na Segunda Disputa de Zurique, os seguidores radicais rompem com Zuínglio.

1524 – Mantz leva para Zurique folhetos de Karlstadt sobre o batismo infantil e a Ceia do Senhor. Os Irmãos Suíços escrevem a Muntzer, Karlstadt e Lutero. Reublin e Brotli recusam-se a batizar crianças. Ocorrem choques com Zuínglio e as autoridades e as primeiras punições.

1525 – Em 17 de janeiro, realiza-se a primeira disputa em Zurique com os opositores do batismo infantil. Surgem os “Irmãos Suíços”. No dia 21, ocorre o primeiro batismo de adultos em Zurique. Nos dias seguintes, a primeira igreja anabatista, com 35 conversos, é fundada em Zollikon. Em fevereiro, ocorre a primeira prisão de anabatistas em Zurique, mas conseguem fugir. Na Páscoa, Hubmaier estabelece o anabatismo como a “fé estatal”. Em maio, Bolt Eberle é executado no cantão de Schwyz, tornando-se o primeiro mártir protestante e anabatista. Em novembro, a terceira disputa batismal de Zurique é realizada na catedral para comportar a multidão.

1526 – Grebel morre em uma epidemia.

1527 – União Fraternal de Schleitheim aprova Confissão de Fé redigida por Miguel Sattler. Sattler e sua esposa são mortos em Rotemburgo, ele na fogueira e ela por afogamento. Mantz é afogado em Zurique; Hans Denck morre vitimado pela peste em Basiléia; Hans Hut morre na prisão em Augsburgo.

1528 – Hubmaier é queimado em Viena.

1529 – Os anabatistas do Tirol fogem para a Morávia. Hoffman encontra anabatistas em Estrasburgo. Blaurock é queimado no Tirol.

1530 – Hoffman batiza 300 anabatistas em Emden e envia pregadores leigos para a Holanda.

1531 – Bullinger sucede Zuínglio e publica o primeiro livro contra os anabatistas.

1533 – Jacó Hutter une-se ao grupo de morávios que tornam-se conhecidos como huteritas. O padeiro Jan Matthijs reivindica a liderança anabatista em Amsterdã e envia 12 discípulos aos pares. Hoffman vai para a prisão em Estrasburgo, onde aguarda a segunda vinda.

1534 – Jan van Leiden é coroado rei em Münster. Matthijs muda-se para Münster; os anabatistas vencem uma eleição local e tentam implantar o reino de Deus à força.

1535 – Cerco e queda de Münster; início das perseguições. No ano seguinte, Jan van Leiden é executado; seus restos, colocados numa gaiola na torre da igreja, servem de advertência até o século XX.

1536 – Menno Simons rompe com Roma e torna-se o líder anabatista da Holanda. Em 1539-40, publica o Fundamento da Doutrina Cristã, obra básica da fé anabatista. Hutter é torturado e morto na fogueira.

1538 – Filipe de Hesse promove um debate entre anabatistas e Bucer; em conseqüência, os anabatistas de Hesse retornam à igreja estatal e esta decide excomungar os cristãos imorais.

1540 – Kaspar von Ossig Schwenkfeld (1489-1561) publica a sua Grande Confissão e é condenado pelos luteranos em uma convenção de teológos liderada por Melanchton. Perseguidos em várias partes da Europa, seus seguidores foram para a Pensilvânia no século XVIII.

1541 – Peter Riedemann escreve a Confissão de Fé Huterita.

3.1 Documentos da Reforma Anabatista
- Conrado Grebel, Carta a Tomás Müntzer (1524), Hillerbrand, Protestant Reformation, 122.

- Miguel Sattler, A Confissão de Fé de Schleitheim (1527), Spitz, Protestant Reformation, 89.

- Miguel Sattler, A Confissão de Fé de Schleitheim, Hillerbrand, Protestant Reformation, 129.

- Peter Riedemann, Relato de nossa Religião (1565), Hillerbrand, Protestant Reformation, 143.

- Carta de Elizabete, mártir anabatista holandesa (1573), Hillerbrand, Protestant Reformation, 146.

4. A Reforma Inglesa
1509 – Henrique VIII torna-se rei (nasceu em 1491).

1521 – Escreve um folheto contra Lutero e recebe do papa Leão X o título de “defensor da fé”.

1525 – Publicação do Novo Testamento de William Tyndale (executado em 1536).

1527 – Henrique procura anular o seu casamento com Catarina de Aragão, tia do imperador Carlos V.

1533 – Thomas Cranmer torna-se Arcebispo de Cantuária; tribunal eclesiástico declara nulo o casamento de Henrique com Catarina de Aragão e Henrique é excomungado pelo papa Clemente VII.

1534 – Ato de Supremacia reconhece Henrique VIII como “chefe supremo” da Igreja da Inglaterra.

1536 – Início da dissolução dos mosteiros, completada em 1539.

1539 – Os Seis Artigos; perseguição dos protestantes.

1547 – Henrique morre segurando a mão de Cranmer. Eduardo VI, filho de Jane Seymour, torna-se rei aos 9 anos. Seus tutores implantam a Reforma.

1549 – Ato do Parlamento ordena o uso do Livro de Oração Comum, de Cranmer.

1552 – Cranmer revisa o Livro de Oração Comum e escreve os Quarenta e Dois Artigos, que prescrevem uma doutrina calvinista para a Igreja da Inglaterra.

1553 – Eduardo morre e Maria, a filha de Catarina de Aragão, torna-se rainha. Perseguições levam muitos ao martírio ou ao exílio.

1555 – Morte na fogueira de Hugh Latimer e Thomas Ridley, os mais famosos dos mártires marianos. No ano seguinte, Cranmer também é queimado vivo.

1558 – Maria morre e é sucedida por sua meio-irmã Elizabete, filha de Ana Bolena.

1563 – Ato de Uniformidade aprova os Trinta e Nove Artigos. Publicação do Livro dos Mártires, de Fox. Surgimento dos puritanos (Thomas Cartwright, Henry Jacob, Thomas Goodwin, Richard Baxter, John Owen, John Bunyan e outros).

1570 – Excomunhão de Elizabete pelo papa Pio V.

1587 – Execução de Maria Stuart, rainha da Escócia.

1588 – Destruição da “Invencível Armada”.

1593 – Publicação de As Leis de Política Eclesiástica, de Richard Hooker.

1603 – Tiago I sobe ao trono da Inglaterra (Tiago VI da Escócia).

1620 – Chegada dos puritanos ingleses no Novo Mundo.

1625 – Carlos I torna-se rei e tenta impor o anglicanismo aos puritanos ingleses e aos presbiterianos escoceses.

1643 – Parlamento puritano em guerra contra o rei convoca a Assembléia de Westminster.

1649 – Carlos I é executado. Oliver Cromwell assume o governo.

1660 – Carlos II sobe ao trono e restaura o episcopado na Igreja da Inglaterra.

4.1 Documentos da Reforma Inglesa
- William Tyndale, O Novo Testamento em Inglês (240), Hillerbrand, Protestant Reformation, 240.

- A submissão do clero (1532), Bettenson, Documentos, 328.

- Cranmer, Proibição dos apelos a Roma (1533), Bettenson, Documentos, 329.

- Cranmer, Proibição dos apelos a Roma, Spitz, Protestant Reformation, 151.

- Proibição de remessa de valores a Roma (1534), Bettenson, Documentos, 331.

- O Ato de Supremacia (1534), Bettenson, Documentos, 332.

- O Ato de Supremacia (1534), Barry, Readings, II:68.

- Abjuração da supremacia papal pelo clero (1534), Bettenson, Documentos, 333.

- Paulo III, Bula “Eius Qui Immobilis”, condenando Henrique VIII (1535), Bettenson, Documentos, 333.

- Os Seis Artigos (1539), Bettenson, Documentos, 334.

- Os Seis Artigos, Barry, Readings, II:69.

- Os Seis Artigos, Spitz, Protestant Reformation, 162.

- Cranmer, Prefácio à Bíblia (1540), Spitz, Protestant Reformation, 164.

- O Ato de Supremacia (1559), Bettenson, Documentos, 336.

- O Ato de Supremacia, Spitz, Protestant Reformation, 172.

- O Ato de Uniformidade, Spitz, Protestant Reformation, 174.

- John Jewel, Apologia da Igreja da Inglaterra (1562), Hillerbrand, Protestant Reformation, 247.

- Pio V, Bula “Regnans in Excelsis”, excomungando e depondo a rainha Elizebete I da Inglaterra (25-02-1570), Bettenson, Documentos, 337.

- Pio V, Bula “Regnans in Excelsis”, excomungando e depondo a rainha Elizebete I da Inglaterra, Barry, Readings, II:70.

- Richard Hooker, As Leis de Política Eclesiástica (1593), Barry, Readings, II:79.

- Richard Hooker, As Leis de Política Eclesiástica, Hillerbrand, Protestant Reformation, 267.

5. A Reforma Católica
1517 – Começo do movimento Oratório do Amor Divino: clérigos e leigos dedicados a uma vida espiritual profunda por meio de exercícios espirituais.

1528 – Clemente VII aprova os Capuchinhos (ramo dos franciscanos conhecido pelo espírito de serviço e pregação popular).

1534 – Inácio de Loiola funda a ordem jesuíta a fim de renovar a Igreja Católica.

1540 – A Sociedade de Jesus é formalmente reconhecida pelo papa Paulo III.

1542 – Estabelecida a Inquisição romana (abolida em 1854).

1545 – Paulo III apóia a guerra contra os protestantes alemães proposta pelo imperador Carlos V

1545 – Concílio de Trento inicia seus trabalhos. Três séries de sessões: 1545-49, 1551-52 e 1562-63. Aprova doutrinas contra os protestantes e reformas práticas.

1559 – Índice dos Livros Proibidos (Paulo IV). Sua revisão resultou no Índice Tridentino ou Índice do Papa Pio IV (1564).

1562 – Fundação dos Carmelitas Descalços por Teresa de Ávila (vida contemplativa e piedade mariana).

1564 – É publicada a Confissão de Fé Tridentina.

1568 – César Barônio, da Congregação do Oratório de Filipe Neri, começa os Anais Eclesiásticos (contra As Centúrias de Magdeburgo dos protestantes).

1569 – Pio V incita Catarina de Médicis ao extermínio completo dos hereges na França.

1576 – O jesuíta Roberto Belarmino ocupa a cátedra de Polêmica na nova Faculdade Romana.

1593 – Belarmino publica a obra antiprotestante As Controvérsias da Fé Cristã.

5.1 Documentos da Reforma Católica
- Paulo III, Edito geral para a reforma das pessoas e lugares eclesiásticos em Roma (11-02-1536), Barry, Readings, II:92.

- Recomendações de uma comissão seleta de nove cardeais e prelados ao papa Paulo III (1538), Barry, Readings, II:96.

- Decretos do Concílio de Trento (1545-1563), Bettenson, Documentos, 363-370.

- Bispo Jerônimo Ragozonus de Veneza, discurso proferido na nona e última sessão do Concílio de Trento (04-12-1563), Barry, Readings, II:103.

- Índice de Livros Proibidos (1564), Barry, Readings, 109.

- A Profissão de Fé Tridentina, da bula de Pio IV, “Injunctum Nobis” (novembro 1564), Betteson, Documentos, 370.

- Inácio de Loiola, Carta aos pais e irmãos de Coimbra (07-05-1547), Barry, Readings, II:112.

- Inocêncio X, Bula “Zelo Domus Dei”, condenando as cláusulas religiosas da Paz de Westfália (20-11-1648), Barry, Readings, 119.

6. Bibliografia

6.1 História

Owen Chadwick, The Reformation, vol. 3, The Pelican History of the Church (Londres: Penguin, 1972).

H. Daniel-Rops, The Protestant Reformation (Londres: J.M. Dent & Sons, 1961).

Harold J. Grimm, The Reformation Era: 1500-1650, 2a. ed. (Nova York: Macmillan, 1973).

Hans J. Hillerbrand, Christendom Divided: The Protestant Reformation (Nova York: Corpus, 1971).

Glenn T. Miller, The Modern Church: From the Dawn of the Reformation to the Eve of the Third Millennium (Nashville: Abingdon, 1997).

Oskar Thulin, ed., Illustrated History of the Reformation (Saint Louis: Concordia, 1967).

James Pounder Whitney, The History of the Reformation (Londres: SPCK, 1958).

6.2 Pensamento
Timothy George, A Teologia dos Reformadores (São Paulo: Vida Nova, 1994).

A.C. McGiffert, Protestant Thought Before Kant (Nova York: Harper & Brothers, 1961).

Alister McGrath, Reformation Thought: An Introduction, 2a. ed. (Grand Rapids: Baker, 1993).

Alister McGrath, The Intellectual Origins of the European Reformation (Oxford: Blackwell, 1987).

Heiko A. Oberman, The Dawn of the Reformation: Essays in Late Medieval and Early Reformation Thought (Grand Rapids: Eerdmans, 1986).

Steven Ozment, The Age of Reform: 1250-1550 - An Intellectual and Religious History of Late Medieval and Reformation Europe (New Haven: Yale University Press, 1980).

Bernard M.G. Reardon, Religious Thought in the Reformation, 2a. ed. (Londres: Longman, 1995).

6.3 Documentos
Hans Hillerbrand, ed., The Protestant Reformation (Nova York: Harper & Row, 1968).

Hans Hillerbrand, ed., The Reformation: A Narrative History Related by Contemporary Observers and Participants (Grand Rapids: Baker, 1977).

Mark A. Noll, ed., Confessions and Catechisms of the Reformation (Grand Rapids: Baker, 1991).

Matthew Spinka, ed., Advocates of Reform: From Wyclif to Erasmus, The Library of Christian Classics, Vol. XIV (Filadélfia: Westminster, 1953).

Lewis W. Spitz, ed., The Protestant Reformation: Major Documents (Saint Louis: Concordia, 1997).

Colman J. Barry, ed., Readings in Church History, 3 vols., Vol. II: The Reformation and the Absolute States: 1517-1789 (Westminster, MD: The Newman Press, 1967).

Henry Bettenson, ed., Documentos da Igreja Cristã, trad. Helmuth Alfred Simon, 3ª ed. (São Paulo: ASTE/Simpósio, 1998).

Fonte: www.mackenzie.br

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