segunda-feira, 31 de outubro de 2011


História do Movimento Reformado


O PRESBITERIANISMO NA ESCÓCIA

Alderi Souza de Matos

O primeiro pregador do protestantismo na Escócia foi Patrick Hamilton, um jovem erudito, simpatizante de Lutero, que foi morto na fogueira em 1528. O pioneiro da fé reformada foi George Wishart, um jovem culto que estudou na Suíça e lecionou na Universidade de Cambridge. Condenado por heresia, foi igualmente queimado vivo, em 1546. Sua vida, pregação e morte causaram vívida impressão no povo escocês. O líder seguinte foi John Knox, nascido entre 1505 e 1515, que havia sido guarda-costas de Wishart. Depois de passar um ano e meio como escravo em um navio francês, ele fugiu para a Inglaterra, onde se tornou capelão do jovem rei Eduardo VI. No reinado sangrento de Maria Tudor (1553-1558), foi para o continente e passou três anos em Genebra, onde estudou aos pés de Calvino. Pastoreou uma igreja de refugiados de língua inglesa e retornou à Escócia em 1559, tornando-se o líder da Reforma em seu país. Naqueles dias conturbados, ele clamou: “Ó Deus, dá-me a Escócia ou morrerei!”

Em agosto de 1560, sob a liderança de Knox, o Parlamento renunciou ao catolicismo e adotou a fé reformada para a Escócia. Em poucos dias, Knox e outros quatro homens redigiram a Confissão Escocesa, nitidamente calvinista, que foi prontamente adotada pelo Parlamento. Em dezembro reuniu-se a primeira Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana da Escócia, que redigiu o Livro de Disciplina ou constituição da igreja. Compareceram apenas seis pastores e 36 presbíteros. Na época, havia somente doze ministros protestantes em todo o país. No ano seguinte, subiu ao trono a rainha Maria Stuart, que se esforçou por restaurar o catolicismo, no que foi firmemente combatida por Knox. Forçada a abdicar, Maria fugiu para a Inglaterra, onde foi executada muitos anos mais tarde. Knox continuou o seu trabalho de reformador e pregador até a sua morte em 1572. Diante de seu túmulo, um líder declarou: “Aqui jaz alguém que nunca temeu a face do homem”.

O próximo líder da Igreja da Escócia foi Andrew Melville (1545-1622), que a tornou plenamente presbiteriana mediante uma revisão do primeiro Livro de Disciplina. Ele era dotado de grande cultura, conhecia vários idiomas e estudou o calvinismo em Genebra. Regressando para a Escócia em 1574, tornou-se o dirigente da Universidade de Glasgow e depois da Universidade de Saint Andrews. Travou lutas amargas com o jovem rei Tiago VI, que em 1603 também se tornou Tiago I da Inglaterra. Filho de Maria Stuart, ele havia sido educado como presbiteriano, mas acabou se tornando grande adversário dos reformados nos dois países, favorável que era ao sistema episcopal. Prendeu Melville na Torre de Londres por quatro anos e depois o baniu do país. Melville foi para Sedan, na França, onde lecionou em uma escola de teologia até o fim da vida. Um biógrafo da época disse: “A Escócia jamais recebeu maior benefício das mãos de Deus do que esse homem”.

A teologia reformada continuou a dominar a história da Igreja da Escócia, mas houve uma longa luta pela supremacia entre os sistemas presbiteriano e episcopal no final do século 16 e início do século seguinte. O presbiterianismo foi vigorosamente reafirmado em 1638, sob a liderança de Alexander Henderson, mas o episcopado voltou a ser imposto à igreja entre 1660 e 1689, quando ela tornou-se definitivamente presbiteriana. Uma página inspiradora dessa história será mostrada no próximo número.

Fonte: www.Mackenzie.br

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