Manuscritos do Mar Morto disponibilizados na Internet
Um projeto que envolve o Museu de Israel (Jerusalém) e a Google permitiu colocar na Internet os Manuscritos do Mar Morto. Conhecida como a mais antiga versão das escrituras hebraicas - estes escritos são da autoria de uma seita de judeus essénios que se isolou o deserto -, a coleção de textos contém originais com milhares de anos, que estavam preservados em vasos nas cavernas de Qumra, até à primeira descoberta por um grupo de pastores em 1947. Posteriores explorações permitiriam reunir até 1954 à volta de 900 textos, parte deles agora na rede.
A digitalização dos escritos
está a ser desenvolvida através de uma parceria entre o Museu de Israel –
que encerra grande parte dos Manuscritos do Mar Morto – e a Google, uma
empresa que envolve custos na ordem dos 2,5 milhões de euros. Os
Manuscritos do Mar Morto estão disponíveis em http://dss.collections.imj.org.il.
O Museu de Israel conseguiu
adquirir oito dos manuscritos encontrados em Qumra, mas existem outros
originais na posse da Autoridade de Antiguidades de Israel e nas mãos de
colecionadores privados.
Novecentos manuscritos foram
encontrados entre 1947 e 1956 nas grutas de Qumra, nas margens do Mar
Morto. Os textos foram escritos em rolos de papiro e pergaminho. Dos
oito textos estão já disponíveis cinco manuscritos: Livro de Isaías,
Livro das Regras da Comunidade, Comentário sobre (o profeta) Habakkuk,
Livro do Templo e Livro da Guerra.
Redigidos em hebreu antigo e
aramaico, estes manuscritos foram fotografados página a página com uma
câmara especial de alta resolução e posteriormente processados e
editados até a imagem repor a sua forma original.
O museu explica que "os
internautas podem descobrir com precisão pormenores até agora difíceis
de conseguir. Pormenores invisíveis a olho nu podem ser ampliados até
1200 megapixels, ou seja, com uma resolução 200 vezes superior à de uma
máquina fotográfica comum".
De momento apenas está
disponível a tradução para o inglês do manuscrito atribuído a Isaías,
mas está prevista a tradução para outras línguas. O rolo que contém o
Livro de Isaías (125 aC), aquele a que é atribuída maior importância,
pode ainda ser pesquisado por coluna, capítulo e verso.
“Temos o privilégio de guardar
aqui no Santuário do Livro do Museu de Israel o mais completo e mais bem
preservado conjunto de Manuscritos do Mar Morto jamais descoberto. (…)
Agora, através desta parceria com a Google, podemos levar estes tesouros
à maior audiência pensável”, assinalaram os responsáveis máximos do
museu, no que foram secundados pelo chefe do departamento de
Investigação e Desenvolvimento da Google Israel: "A Internet rompeu
barreiras que havia entre as fontes de informação e as pessoas", apontou
Yossi Matias.
Os Manuscritos do Mar Morto
O
Museu de Israel foi fundado em 1965 e desde então que guarda os
Manuscritos do Mar Morto. Os rolos essénios são mostrados ao público no
Santuário do Livro, da autoria de Armand Bartos e Frederic Kiesler: o
projeto evoca as tampas dos vasos em que os textos foram encontrados nas
grutas do deserto de Qumra.
Tidos como um dos maiores
achados da história da arqueologia, os Manuscritos do Mar Morto
permitiram um olhar renovado sobre a sociedade judaica em Israel na
época judaica no Período do Segundo Templo, quando surge Cristo, o
cristianismo e o judaísmo rabínico (tradicional).
Trata-se de uma valiosa coleção
de centenas de fragmentos escritos em hebreu antigo e aramaico. É visto
como o conjunto de textos bíblicos mais antigo que se conhece.
Remontando ao século terceiro antes da nossa era (os últimos escritos
estão datados à volta do ano 70 dC), os rolos terão sido escritos por
uma seita de judeus que se retirou para o deserto de Qumra, nas margens
do Mar Morto, e que é apontada nos próprios manuscritos como “A
Comunidade”. Ali estão partes dos livros do Antigo Testamento, à exceção
do Livro de Ester e do Livro de Neemias, textos apócrifos e livros de
regras da própria seita.
Desde a enunciação de princípios
espirituais até ao estabelecimento de regras de limpeza, de convivência
ou alimentares, os manuscritos estabelecem os princípios de vida deste
grupo de judeus que se afasta da religiosidade sacerdotal e escolhe o
deserto para esperar a vinda de um messias.
Fonte: RTP
Extraído do blog: http://blogdoseleitos.blogspot.com/2011/09/manuscritos-do-mar-morto.html#ixzz1c26rHKuo
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