Ratinho e SBT são condenados a pagar R$ 150 mil por ofender igreja de homossexuais
O apresentar Carlos Roberto Massa, o Ratinho, e do SBT foram condenados a
pagar uma indenização por dano moral no valor de R$ 150 mil para o
pastor Victor Ricardo Soto Orellana, fundador da Igreja Acalanto —
Ministério Outras Ovelhas. O Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio
da 4ª Câmara de Direito Privado julgou como exercício abusivo da
liberdade de expressão a forma como o apresentador se referiu a igreja e
aos frequentadores dela. Por ser uma igreja inclusiva, frequentada por
homossexuais, Ratinho fez chacotas durante uma matéria que mostrava um
trecho do culto, nos dias 2 e 5 de maio de 2003. As palavras do
apresentador sobre a igreja foram “igreja de viadinhos”, “de viados” e
quando se referiu a outras sedes da congregação afirmou que não tinha
filial, mas “viadal”.
Ao se
manifestar sobre o valor da condenação, os desembargadores entenderam
que ele não merecia reparos diante do poder econômico dos réus e para
servir a sua finalidade punitiva, reparadora e educativa.
O
que se caracterizou como ilícito foi o escárnio, o teor depreciativo da
matéria que se referiu nominalmente ao autor, afastando-se os réus
[Ratinho e SBT] do verdadeiro propósito de bem informar”, destacou o
desembargador Fábio Quadros, relator do caso.
A
emissora e o apresentador alegaram que houve apenas a exibição das
imagens da igreja, que está em local público. O apresentador também
argumentou que agiu no exercício de sua profissão, que não houve
intenção de ofender ninguém e, por isso, o pedido é excessivo, abusivo e
improcedente.
Três desembargadores
do Tribunal de Justiça não aceitaram os argumentos apresentados pelas
defesas. De acordo com o tribunal, até os programas de natureza
sensacionalista devem guardar o mínimo de respeito à dignidade da pessoa
humana, pois a liberdade de imprensa, conquistada a alto preço, não
pode ser motivo para violação imotivada e injustificada de princípios da
Constituição Federal.
Em primeira
instância, o juiz Guilherme Santini Teodoro, da 4ª Vara Cívil de São
Paulo, já havia qualificado as atitudes de Ratinho de uma “postura
jocosa, desrespeitosa, depreciativa e pejorativa” ao abordar em seu
programa a comunidade gay.
Fonte: Gospel Prime
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