RELIGIÃO SE TORNOU
UM COMÉRCIO???
UM COMÉRCIO???
Gostaria
de deixar bem claro a todos os amados irmãos, pastores e igrejas, e
leitores em geral, que esta é uma
opinião minha, um direito meu, e que não são todas as denominações
evangélicas que se comportam
assim. Por esta razão é que não cito nome de igreja nenhuma. O que me
leva a
escrever sobre este assunto é o objetivo de fazer com que nós, que somos
o corpo de Cristo, venhamos a refletir sobre fatos
que presenciamos quase todos os dias, em quase todos os lugares deste
nosso imenso país. Fatos estes que deveriam estar longe do cristianismo
verdadeiro.
O Brasil é um dos maiores complexos de denominações evangélicas do
mundo. E se por um lado isso nos trás um certo orgulho, de termos
praticamente
"uma igreja em cada esquina", (pois esse crescimento vertiginoso nos dá uma dimensão do crescimento evangélico brasileiro), por outro lado certas
atitudes de algumas igrejas nos envergonha terrivelmente!
Isto porque, infelizmente, nem todos conservaram a chama
do primeiro amor, e a apostasia passou a andar paralela a vida religiosa de alguns.
É difícil, pra mim que sou
pastor, reconhecer este lado negro de algumas igrejas,
porque além da minha preocupação ser a de não "escandalizar" o evangelho
para os que não conhecem, por outro lado também posso facilmente
ser ridicularizado, pois muitos dos que lêem o título deste artigo, logo
indagam: "-Só agora você percebeu isso?" Uma coisa é
falar numa conversa, que algumas igrejas se tornaram um "negócio",
e termos uma opinião de certas situações. Outra coisa é quando sentimos na pele tudo o que nós cristãos tentamos
refutar, em defesa de nossas igrejas. Eu mesmo desejaria, de todo o meu coração, dizer que tudo o que falam das igrejas não
passam de mentiras, de perseguição religiosa, de discriminação! Mas se eu afirmar que "tudo o que falam da igreja é mentira",
estaria sendo desonesto comigo mesmo. Nós cristão sabemos que não é
"tudo mentira"! Assim como nem tudo o que dizem da igreja é verdade!
Ora, eu estaria
enganando a quem, diante da realidade nua e crua que presenciamos quase
todos os dias no meio evangélico? Há mentiras e perseguição religiosa
contra cristãos verdadeiros?
Claro que há, e isso é bíblico! Mas muitos escândalos tem uma parcela de
culpa de determinados grupos religiosos, que erram desenfreadamente.
E estes erros, por vezes graves, mancham a imagem daqueles que procuram
seguir os passos do Senhor Jesus.
Na
realidade uma igreja não inicia com
objetivos comerciais. Há um intuito sincero de homens que tiveram
grandes experiências com Deus. Seja uma cura divina, um milagre, algo
que levou esta pessoa a ter
um ideal religioso. Sem estas experiências jamais mudariam.
Seria ingenuidade demais imaginar que uma pessoa sai do meio das drogas,
ou de uma vida cheia de opções, mesmo sendo rico, famoso,
para se tornar um "crente" com uma bíblia embaixo do braço, sem motivos
para uma mudança tão radical. Chega, às vezes,
a se tornar um "enjoado", querendo que todo mundo venha aderir a sua
crença, mesmo ele
não sendo pastor. Ou seja, alguma coisa boa aconteceu. Mas com o passar
dos anos
este crente acaba por deixar a malícia sufocar a área
espiritual. É denominado entre os próprios irmãos da igreja de "crente cascudo", ou seja, cai no comodismo de crente velho de igreja, achando
que sabe tudo, e já não precisa orar tanto como antes. A oração, o jejum, a intercessão, que
tantas vezes ele mesmo recomendou, é deixada de lado. Agora, a fofoca, a inveja, a
disputa, e principalmente o dinheiro, falam mais alto no seu coração que a voz de Deus. É o início da apostasia!
Nunca abri templo perto de nenhum outro, e se
percebo que em um bairro já há dezenas de igrejas, eu vou abrir outra ali pra quê?
E me pergunto: Do que adianta, meu Deus, eu ser um
pastor, pregar a salvação, pregar o amor, se eu vou bem ao lado, ou na frente de uma
igreja, e abro outra?! Que amor e respeito eu estarei demonstrando para aquele pastor e suas ovelhas?
O que eu estarei representando para aqueles irmãos que estão lá, orando e chorando por sua igreja?
O que eu serei na mente dos vizinhos daquela rua, dos moradores daquele bairro? No mínimo vão dizer em alto e bom som: "-As igrejas são comércio
mesmo....veja...uma ao lado da outra...concorrência..." Ou o que mais eles pensariam, se não conhecem este poder transformador do evangelho que nós conhecemos?!
Minha admiração vai para os humildes
pastores, de pequenas igrejas, que aos trancos e barrancos vão vencendo as lutas.
Uma classe mais humilde
da nossa tão difamada área pastoral. Mesmo estes tem que averiguar se não estão
traçando um mesmo caminho, para depois não imitarem estes tipos de liderança.
Aos ateus, sem religião, ou quem não seja
evangélico, deixo claro: não são todas as igrejas e pastores que agem
assim. Dizer
que "pastor é tudo safado" é conversa de porta de botequim. Esta
generalização não é nem um pouco inteligente.
Quem insiste em falar assim, o faz de deboche, piada, ou tem alguma questão pessoal.
Há pessoas mal intencionadas em qualquer segmento da sociedade.
Muitos pastores são éticos, honestos, são homens de Deus, preocupados com o aumento do Reino
de Deus, que abrem igrejas para ganhar almas, alcançar vidas destruídas. Abrem portas para
ver mais famílias
sendo curadas, libertas, abençoadas! Todavia, como nos diz a Palavra de Deus, os
escândalos acontecem. Mas ai daquele por meio de quem o escândalo vem! (Mateus 18.7)
"E, por avareza, farão de vós negócio com
palavras fingidas; sobre os quais já de
largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não
dormita". (2º Pedro 2:3)
"A minha casa será chamada casa de
oração. Mas vós a
tendes convertido em covil de
ladrões". (Mateus 21:13)
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