‘Não quero indenização nem nada, só quero que ele seja punido', disse a suposta vítima.
O pastor e líder da Igreja do
Evangelho Quadrangular em Alagoas, João Luiz, também vereador pelo DEM
por Maceió, é acusado de ter abusado sexualmente de um menor, na cidade
de Paranaguá (PR). De acordo com Anderson da Luz Rocha, que fez a
denúncia, João Luiz o abusou sexualmente durante seis anos, de 1984 a
1990.
Os abusos começaram, segundo a
suposta vítima, hoje com 42 anos, quando ele tinha 16 e frequentava a
Igreja Quadrangular, da qual o vereador era pastor. Rocha, que
atualmente é pastor do Templo Besteda, procurou a Polícia, em agosto de
2007, e confeccionou um Boletim de Ocorrência.
O passo seguinte foi acionar João Luiz judicialmente e, de acordo com Rocha, o processo corre em segredo de Justiça.
“O João Luiz chegou aqui em
Paranaguá em 1983 e eu já era da Igreja. Eu sou negro, era pobre, não
tinha nada. Ele me procurou e disse que queria conversar. Eu disse que
tinha o sonho de ser pastor e ele me disse que eu poderia ficar na
igreja durante as manhãs, eu aceitei e ele ia me pegar e me deixar em
casa todos os dias. Eu imaginei que ele estava fazendo isso por conta
do meu sonho de ser pastor, achei que ele era um homem de Deus”, relata
Rocha.
Ainda segundo Anderson o pastor
passou a lhe trazer comida, “ele me dava roupas e perfumes caros, em
troca disso mantinha uma relação homoafetiva comigo”, completa.
Em 1988, Rocha contou que foi
convidado a vir para Maceió com o pastor. “Ele disse que se eu não
aceitasse e denunciasse iria acabar comigo”, colocou.
Até 1990, Rocha
morou na capital alagoana, quando decidiu que iria voltar para o
Paraná.
“Ele me obrigava a ter relações
sexuais com ele. Mas, chegou um ponto em que eu não agüentava mais e
disse que iria embora, fiz um escândalo e disse que se ele não me
deixasse ir contaria para a mulher dele”.
Rocha disse ainda que João Luiz
teria ido a Paranaguá buscá-lo e naquela cidade, o religioso teria dito
a pastores da Quadrangular que o jovem se vestia de mulher em Maceió
para trabalhar como garota de programa, “mas, ele até me mandou uma
carta dizendo que estava com saudades. Tenho tudo isso guardado e está
anexado ao processo”, disse Rocha.
Rocha só decidiu procurar a Polícia
e a Justiça em 2007, motivado por informação de que João Luiz o estava
acusando de ameaça. Indagado do porquê dessa decisão tardia, ele disse
que tinha medo que ninguém acreditasse nele.
“Um jovem negro, pobre, filho de
empregada doméstica diante de um pastor como ele? Era muito difícil,
mas foi complicado também falar de tudo isso depois de tanto tempo, eu
já era casado e tive que contar para minha esposa e a família dela. Não
quero indenização nem nada, só quero que ele seja punido”, frisou.
Rocha contou ainda que antes disso
enviou uma carta ao Pastor João Luiz pedindo que ele não o procurasse
mais. Depois disso Rocha ficou sabendo que João Luiz havia procurado a
polícia para dizer que estava sendo extorquido e ameaçado.
Audiência
No dia 31 de agosto foi realizada a
primeira audiência do caso. De acordo com Rocha, João Luiz não
compareceu e mandou dois advogados. Ainda segundo Rocha, os advogados o
intimidaram dizendo que se ele não desistisse do processo iria ser
preso por calúnia e difamação.
Há dias a reportagem tenta contato
com o Pastor João Luiz, na Câmara Municipal, na sessão de quarta-feira
(02), mas ele não compareceu ao Poder Legislativo Municipal.
No mesmo dia, a reportagem foi até a
sede da Igreja Quadrangular, no bairro da Ponta Grossa, e uma
funcionária informou que João Luiz teria ido a um funeral, no interior
do estado.
Por fim a reportagem do Cada Minuto
tentou entrar em contato com o parlamentar pelo celular, mas o
telefone dele encontra-se desligado.
Fonte: Notícias Cristãs com informações do Cada Minuto
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