segunda-feira, 7 de novembro de 2011



Mensagem: “Entrai pela porta...” PDF Imprimir E-mail
duas_portas 
Mateus 7.13-14
"Entrai pela porta estreita ; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e são muitos os que entram por ela; pois a porta é estreita, e o caminho que conduz à vida, apertado, e são poucos os que a encontram".

 Jesus chama os seus discípulos para entrar: "Entrai pela porta...". Ele não chama para pular o muro, invadir o local ou ficar do lado de fora. Essa entrada é legal e autorizada e é Ele quem chama, convoca os seus discípulos a entrarem por ela.
A palavra utilizada por Jesus é piles (porta), no sentido de passagem, entrada. Esta figura de linguagem era familiar no mundo antigo e indicava uma entrada que era difícil de ser achada e, portanto, deixava de ser percebida por muitos.  
No Evangelho de João, no capítulo 10, versículo 7, Jesus faz uma afirmação: "Então, Jesus voltou  a falar-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas". Jesus é a porta, é o acesso que conduz o ser humano a Deus. Ele também é o caminho, conforme a resposta de Jesus para o questionamento de Tomé, em João 14.5-6 "Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos saber o caminho? Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim".  
A linguagem utilizada por Jesus, de porta e caminho, remete a Ele mesmo. As palavras formam um apelo no sentido de se fazer a decisão de seguir a Cristo e enfrentar todas as conseqüências que essa obediência acarreta. A palavra de Jesus é para despertar e chamar, não para resolver um problema teológico! Mateus omite a pergunta que é feita em Lucas (Lucas 13.23-24). O sentido é que a decisão a favor de Cristo, exige esforço.
Em nossa época, muitos têm procurado e até encontrado portas abertas. Mas, essas portas levam a caminhos perigosos, penosos e conduzem a prisões espirituais. A proposta de Jesus e a solução apresentada é Ele mesmo.
A porta e o caminho:
1)     Temos uma escolha?
O texto lido apresenta dois caminhos: o estreito e o espaçoso. Logo, verificamos que podemos escolher um e entrar pela porta que conduz numa direção.
Entretanto, Jesus fala dele mesmo. E, fazer uma escolha por Jesus, torna-se necessário nascer de novo, como Nicodemos pergunta para Jesus (João 3.1-21). Sem o novo nascimento, ainda estamos no velho homem e estamos mortos nos nossos delitos e pecados (Romanos 3.23), mas, vivos por meio dele (Romanos 5.12-17).
É certo e verdadeiro que nossa escolha será um caminho de facilidade, uma porta larga, sem pessoas para atrapalharem. Entrar e ficar na zona de conforto é muito cômodo. Lembro-me da minha primeira filha quando nasceu. Ela não queria mamar e foi estimulada: a enfermeira tirou a roupinha dela e deixou-a sentir frio, utilizou vários recursos e nada. Por fim, deram uma mamadeira ela sugou. Minha esposa insistiu na amamentação durante doze dias, até que ela pegou.
Temos a tendência de escolher e trilhar naquilo que é mais fácil. O esforço é algo que fugimos, pois exige, naturalmente, abrir mão de conforto e de facilidades.
O doutor Martyn Lloyd-Jones diz que "se realmente queremos palmilhar pelo caminho da vida, temos que deixar do lado de fora o nosso próprio eu... O eu adâmico, é a natureza caída no pecado... Não há espaço suficiente para que dois homens passem ao mesmo tempo por essa porta estreita, pelo que o velho homem deve ser deixado do lado de fora" (Sermão do Monte, pp. 499-500).
2)     Seguimos por este caminho?
Aquele que entra pela porta estreita, segue um caminho estreito. Aquele que entra pela porta larga, segue o caminho largo. Nós seguimos o caminho que estamos nele.
Jesus nunca prometeu um caminho largo, cheio de facilidades e conforto. Sua proposta, desde o início, foi à porta estreita, caminho estreito. Seguir nele não é ser revestido de tesouro e trilhar rumo à fama. Muito pelo contrário, Paulo relata que é não andar no curso do mundo (Efésios 2.1-3).
Andar pelo caminho estreito é deixar o caminho do mundo. Lloyd-Jones argumenta que "o monasticismos fundamenta-se sobre a idéia que se abandonarmos a companhia das pessoas, deixaremos de lado o espírito mundano. Mas isso não corresponde à realidade dos fatos. Pode-se deixar o mundo em sentido físico, pode-se deixar a companhia das pessoas e das multidões; todavia, na cela solitária em que o indivíduo se recolhe, o mundanismo pode continuar em seu coração" (Sermão do Monte, pp. 498).
Seguir no caminho de Jesus é tomar a cruz (Mateus 16.24) e ser perseguido, injuriado (Mateus 5.11-12), é estar no meio de lobos e sofrer (Mateus 7.15; 10.16-17)...
Depois dessa argumentação você deve pensar: se é assim, melhor é não entrar por essa porta e seguir nesse caminho, pois não quero sofrer.
Jesus foi honesto em sua palavra e não ofereceu caminho de facilidade para, depois, falar das dificuldades. Ele falou das dificuldades e estreiteza do caminho, das perseguições, que seguiram o povo e muitos morreram em nome Dele.
Na honestidade da palavra de Jesus vem a melhor parte:
3)     O fim para onde trilhamos, onde dá?
Perceba que Jesus fala dos dois caminhos e coloca o fim, onde se chega a cada um deles. Embora a porta estreita conduza a pessoa para o caminho apertado, seu final conduz à vida. O aperto, as dificuldades enfrentadas são compensadas pela vida. Vida que tem o sentido aqui agora e o sentido de eterno, junto com Jesus.
Aqui vivemos com as bênçãos de Deus, mesmo tendo que passar pelo vale da sombra e da morte (Salmo 23.4). Ele é nosso refúgio e fortaleza (Salmo 46), ainda que choremos à noite, a alegria vem pela manhã (Salmo 30.5). Ele está conosco até o final dos tempos (Mateus 28.20).  
Viveremos na eternidade com Jesus e teremos nossas lágrimas enxugadas (Apocalipse 7.17). Essa é a garantia dada por Jesus, que ninguém nos tirará de suas mãos (João 10.10, 18).
A porta larga, caminho largo, também tem o seu fim, que é a perdição. O texto diz que são muitos os que entram por essa porta, pois é mais fácil, mas seu fim é penoso. Caminho fácil é mais difícil! Pode ser fácil no início, mas seu final é difícil. Ele não traz lutas, não precisamos remar contra o fluxo da água, apenas seguimos o curso do rio, deixamos a vida nos levar.   
O fim do caminho largo é não ficar em pé no dia do juízo (Salmo 1.5-6), é passar pela segunda morte (Apocalipse 2.11; 20.14-15).
Conclusão:
O sermão de Jesus não tem o sentido sensacionalista, mas de direção. Ele é a direção, a porta, o caminho para a salvação, para a vida. Minha oração é que você siga todas as implicações da porta e caminho estreito, mas que conduz para a vida!
Paz e bênção!

Fonte: ipmaracana.com.br

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